Doutoramento

> Globalização

> Mobilidade

> Tipologia Social: Imigrantes

> eixo Almirante Reis/Lisboa: Martim Moniz/Praça do Chile

Este trabalho incide sobre uma existência e sobre um conjunto de saberes, com o olhar do arquitecto.

No “campo de trabalho” – eixo Almirante Reis, território multiétnico, a Produção de Espaço é analisada e caracterizada com a perspectiva de que este é gerado a partir do fenómeno da Mobilidade, numa lógica Informal.

A globalização, trouxe a crença da unificação do mundo. O crescimento da mobilidade humana com as migrações internacionais, leva as pessoas à condição de turistas ou de migrantes, tendo influência em todo o tecido social. A vida urbana não é explicada em função da forma espacial da cidade, mas sim em função dos “efeitos dos padrões de mobilidade social”. O Estado-nação está em crise e paira a ameaça da desterritorialização e hibridez das identidades. A mobilidade passa a ser sinónimo de pós-modernidade, gerando na arquitectura a contaminação e hibridização. A produção criativa é vista como “rizomática”; gerada pelo próprio funcionamento esquizofrénico da máquina capitalista.

Não é conhecido qualquer estudo sobre a matéria agora evocada, que tenha a perspectiva proposta, entendendo-se este trabalho como relevante em termos de contributo científico original.

Diante da complexidade da sociedade urbana, com um Espaço Social cada vez mais heterogéneo, a Produção de Espaço constitui um elemento central da problemática do mundo contemporâneo. No tema Imigração e no território físico definido como “campo de trabalho” para o desenvolvimento da tese, referem-se os seguintes estudos:

“Inserção Territorial – urbanismo, desenvolvimento regional e políticas locais de atracção”, in: Vitorino, A. (Coord.) – Imigração: oportunidade ou ameaça?, FCG; Fórum Gulbenkian Imigração, Lisboa, Principia, 2007, pp. 105-130.

Da autoria de Maria Lucinda Cruz Santos Fonseca, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa

O estudo classifica a população imigrante da região Metropolitana de Lisboa. É reforçado o papel do planeamento do território e das políticas urbanas, tendo este uma influência directa nos níveis de segregação das áreas residenciais e condicionarem a mobilidade dos imigrantes no espaço urbano “facilitando a interacção com os habitantes locais ou, pelo contrário, reforçando os mecanismos de fragmentação espacial”.

É referido o “aproveitamento do potencial de inovação e valorização da cultura urbana trazido pela diversidade étnica e cultural (…) aos níveis dos processos de produção e apropriação do espaço urbano, da difusão do consumo de novos produtos e serviços”. (…) novas formas de sociabilidade e de lazer e novos elementos simbólicos no espaço urbano que marcam a ligação à origem, quer sejam novas formas de arquitectura civil ou religiosa, quer apenas elementos decorativos característicos de outras culturas (…).

São apontados caminhos para a “revitalização da economia urbana e da qualificação dos bairros étnicos (…), no aumento da interacção entre distintos grupos étnicos e sociais e na coesão urbana”.

REBELO, Emília Maria Malcata (coord.) e PAIVA, Luís Tiago – Planeamento Urbano para a Integração de Imigrantes – ACIDI, Observatório da Imigração 18, 2006

Com a coordenação de Emília Maria Rebelo, Centro de Estudos do Dep. de Engenharia Civil, da Univ. do Porto é investigado de que modo o Planeamento Territorial e Urbano potencia uma efectiva integração territorial e urbana dos imigrantes e das minorias étnicas.

É reforçada a importância das “inter-relações entre o processo de planeamento e a economia urbana, bem como o papel activo que os agentes de decisão devem assumir na regulamentação, orientação, coordenação e controlo do uso do solo”.

Menezes, Marluci – Mouraria, retalhos de um imaginário, Celta Editora, 2004

Tese de doutoramento em Antropologia Cultural e Social, Univ. Nova de Lisboa em 2001, Mouraria: entre o mito da Severa e o Martim Moniz, é um estudo antropológico sobre o campo de significações imaginárias de um bairro típico de Lisboa.

Resenha de Williams Souza Silva: “no estudo o espaço Publico Urbano é um “suporte” para “contextos de interacções através das quais as identidades sociais, práticas e imagens sócio-espaciais são afirmadas, e/ou, contestadas, a presente etnografia sobre as práticas de uso (apropriação) da Praça Martim Moniz, analisa os aspectos socioculturais, responsáveis, segundo Menezes, pela “inscrição da praça no mapa social e urbano de Lisboa”.

São referidas as várias políticas de planeamento, higienização e embelezamento deste território “modificando as suas “dinâmicas sociais, culturais e urbanas” (gentrificação)”.

Gerais:

Analisar, interpretar e demonstrar que a Produção de Espaço nas Metrópoles contemporâneas é tendencialmente Informal, fenómeno originado pela Mobilidade global.

Contribuir com investigação original para o conhecimento nacional e internacional no domínio dos territórios metropolitanos contemporâneos.

Visar a participação em eventos, nacionais e internacionais, como forma de divulgar os resultados parciais e finais da investigação.

Alargar à comunidade o debate sobre a temática em análise.

Específicos:

Contribuir para a criação de um work in progress (enquadrado cientificamente) de produção de conhecimento sobre a transformação dos espaços urbanos (Produção de Espaço) a partir do fenómeno da mobilidade.

Promover sessões de debate e discussão de modo a testar regularmente as conclusões dos estudos realizados.

Desenvolver uma metodologia de investigação dos fenómenos da Produção de Espaço em contextos de Mobilidade, ajustada ao território de investigação, útil à análise de outros territórios.

• História espacial e cultural do território definido como amostra

• Eixo Almirante Reis/Lisboa (Praça Martim Moniz/Praça do Chile)

• Instrumentos de organização e planeamento pensados, executados e previstos
• Populações autóctones e populações migrantes

• Como se organizam no território
• Como habitam no privado
• Como habitam o espaço público

• Transformações efectuados no espaço

• Por decisões legislativas formais
• Por outro tipo de decisões informais

• Caracterização do Espaço Social gerado (construção de um mapa):

• O Formal
  • Registos quantitativos
  • Registos qualitativos
  • Registos gráficos
• O Informal
  • Registos de som e imagem